Artrose do Punho

O punho é a articulação que permite a ligação da mão ao membro superior. É constituído por 15 ossos de diferentes tamanhos e conectados por inúmeros ligamentos, permitindo uma das mais diferenciadas funções corporais, o uso da mão.

A artrose do punho é o termo vulgarmente utilizado quando existe um desgaste da articulação e se associa a dor, perda de mobilidade e por vezes “inchaço”. Na origem da artrose do punho podem existir várias causas, sendo as principais:
– Artrite inflamatória ou auto-imune: como são exemplos a artrite reumatóide, artrite psoriática, espondilartrites, gota, lúpus eritematoso sistémico ou esclerose sistémica.
– Artrose pós-traumática: surge após um traumatismo com atingimento articular, como são as fracturas do punho, as fracturas do escafóide ou as lesões ligamentares.
– Artrose idiopática: nos casos onde não se identifica a causa, sendo as características genéticas / familiares um factor a considerar.

A artrose do punho evolui com a progressiva degradação tanto da cartilagem (revestimento interno de todas as articulações), como dos ligamentos do punho e da mão.

Na fase inicial da artrose do punho não existe grande limitação da mobilidade, mas sim dor e rigidez, resultantes tanto da inflamação interna (chamada de sinovite), como do aumento de líquido articular. A sintomatologia pode ser aliviada com uma imobilização do punho, o uso de anti-inflamatórios ou analgésicos ou um protocolo de reabilitação específico. A administração de um corticóide peri-articular (“infiltração”) deve ser ponderada apenas nos casos de carácter inflamatório. A utilização de ácido hialurónico também é uma opção válida.

As fases mais avançadas da artrose do punho, são caracterizadas não só pela dor permanente, perda da mobilidade, deformidade ou perda da força manual, mas também por um colapso ósseo generalizado. Por este motivo, o punho com artrose tem uma forma alterada: mais volumoso e frequentemente com uma alteração do seu alinhamento. Estas alterações são o reflexo das lesões ligamentares e da perda óssea, podendo formarem-se quistos de grandes
dimensões. Muitas vezes a artrose do punho associa-se a um Síndrome do túnel cárpico, pois as alterações ligamentares e ósseas motivam uma compressão do nervo mediano no túnel cárpico, manifestando o paciente dormência / “formigueiro” permanente dos dedos, com agravamento nocturno.

O estudo e confirmação clínica fazem-se através de exames de imagem (radiografia, ecografia ou TC) e nos casos de artrite inflamatória, com análises específicas do sangue e do líquido articular.

A evolução da artrose é progressiva e limitante. Assim, nas fases avançadas, apenas o tratamento cirúrgico será a opção. A decisão para a cirurgia é tomada quando as limitações interferirem nos gestos básicos da vida diária e após cuidada avaliação médica: grau da artrose, limitações da mobilidade e a função da mão. Estes factores são determinantes para decidir o tipo de tratamento cirúrgico. As opções cirúrgicas incluem: uma fixação permanente do punho, a colocação de uma prótese metálica (tal como acontece na anca e joelho) ou técnicas que reparam apenas os locais onde a artrose é
mais avançada.

Nos últimos anos, a Cirurgia da Mão tem desenvolvido novas técnicas e materiais cirúrgicos que promovem a preservação articular, isto é, minimizam a agressividade cirúrgica e preservam a capacidade de movimento do punho: Artroscopia do Punho e a utilização de materiais “biológicos”.

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