Lesões Desportivas da Mão e Punho

Os traumatismos da mão e do punho são muito frequentes na actividade desportiva, representando até 25% de todas as lesões no desporto. As modalidades onde ocorrem com mais frequência, são o ténis, ginástica artística, hóquei, voleibol ou andebol. Apesar do futebol de ser uma modalidade onde a mão não é utilizada (senão pelo guarda redes), esta é responsável por grande número de lesões, uma vez que o número de atletas que a praticam é cada vez maior.

O tipo de lesões desportivas que ocorrem na mão e punho, surgem na sequência de um traumatismo directo, como são as quedas sobre o punho ou as contusões do desportivas nos confrontos directos (como acontece no futebol, judo, hóquei ou rugby); ou por lesões de sobrecarga, como são as lesões que surgem pela permanente sobrecarga e repetição de movimentos em esforço (como acontece na ginástica artística, halterofilismo, escalada ou pugilismo).

As principais lesões desportivas na mão e punho, podem ser resumidas:

Lesão do Polegar do esquiador, ciclista ou motociclista: É uma lesão frequente que surge de um traumatismo súbito do polegar, obrigando-o a afastar- se da mão em direcção ao punho (pelo bastão dos esquiadores ou pelo punho da mota/bicicleta). Esta lesão resulta da rotura total de um conjunto de ligamentos muito importantes na estabilidade da base do polegar, principalmente quando este faz força no movimento da mão mais evoluído no homem: a “pinça do polegar”.

Esta lesão, caso não diagnosticada, evolui com dor e incapacidade para fazer pinça corretamente e mais tarde para a artrose. Por este motivo, é necessário um tratamento cirúrgico reconstructivo (recentemente também com apoio da vídeo-artroscopia). Fracturas e lesões ligamentares do punho e mão, nos desportos com risco de queda: Qualquer queda amparada com a mão, pode originar no punho uma fractura, uma lesão ligamentar ou ambas.

As fracturas mais frequentes são as fracturas do rádio e do escafóide. Em atletas de alta competição, estas fracturas são tratadas habitualmente por cirurgia, utilizando técnicas mini-invasivas. Esta opção permite reconstruir a articulação, minimizando as possíveis sequelas do atleta (dor e incapacidade funcional), como também possibilitar o rápido regresso à plena actividade desportiva.

As lesões do punho dos atletas são muitas vezes de alta energia, o que propicia a existência de lesões ligamentares graves, mesmo quando existem fracturas. São exemplo de lesões de ligamentos importantes na estabilidade do punho, a lesão ligamentar entre o rádio e cúbito, ou entre o escafóide e o semilunar (ossos do punho). As lesões ligamentares do punho e mão podem evoluir e originar a típica queixa de “pulso aberto” limitando a actividade desportiva manual.

Surgem tanto em desportos de contacto (rugby, futebol ou judo), como nos que usam sobrecarga e repetição de gestos (desportos de raquete ou ginastas). Uma complicação relevante após uma lesão do punho ou mão, é a probabilidade de esta evoluir para a artrose. As lesões ligamentares graves ou fracturas que atingem articulações são bons exemplos de casos que evoluem frequentemente para a artrose. Por este motivo, o médico especialista opta pelo tratamento cirúrgico inicial com técnicas mini-invasivas, para menos agressividade cirúrgica e minimizando a evolução para a artrose.

Lesão da mão do golfista ou jogador de hóquei: Quando o golfista ou jogador de hóquei falham a bola e embatem com o taco/stick no chão, a força é transmitida para a zona da palma da mão, onde existe um osso designado por Unciforme, que tem uma forma de gancho, local onde se “agarram” alguns músculos da mão. Nestas situações, pode ocorrer uma fractura deste “gancho”, originando dor crónica e incapacidade.

Associadamente, passa também o principal nervo que dá força à mão: nervo ulnar/cubital, que pode ser lesado e provocar perda de força da mão e perda de sensibilidade do dedo mínimo e anelar. A avaliação desta lesão, deve incluir uma Tomografia Computadorizada.

Tendinites ou tendinoses do punho nos jogadores de raquete: As “tendinites” ou tendinoses resultam de alterações do tendão, incluindo pequenas micro-roturas, que originam a inflamação crónica da bainha tendinosa e consequentemente a dor. Caso se prolonguem por mais de 3-4 semanas, devem ser avaliadas por especialista, para excluir uma compressão externa ou eventualmente correcção de gestos ou má técnica desportiva. São frequentes no desporto de uso de raquete, ginástica, andebol e voleibol.

As lesões desportivas da mão e punho devem ser avaliadas precocemente, de modo a iniciar um tratamento precoce e específico. Assim, evitam- se sequelas e limitações no rendimento desportivo.

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