A artroscopia é o termo que designa a “observação do interior de uma articulação”, por meio óptico. A artroscopia é um método de abordagem cirúrgica, utilizado regularmente em cirurgia ortopédica, pelo qual o cirurgião consegue observar o interior de uma articulação, através de uma lente de amplificação conectada a uma câmara de vídeo. Assim, o cirurgião realiza a cirurgia olhando para a imagem de um ecrã de alta definição. Esta técnica cirúrgica, é aplicada após a realização de pequenos “furos” na pele e na articulação, evitando danificar estruturas anatómicas importantes.
A artroscopia permite que a imagem seja gravada em vídeo, registando todos os pequenos pormenores do interior das articulações. Associadamente, através destes mini-orifícios, realizam-se os procedimentos cirúrgicos específicos com mini-instrumentos, importantes no diagnóstico e na aplicação de técnicas de reparação e reconstrução.
Há mais de 40 anos que a técnica artroscópica se implementou na cirurgia do joelho, pois esta é uma articulação grande e de fácil acesso. Com a permanente evolução tecnológica e científica, a artroscopia passou a utilizar-se também no ombro, no tornozelo, na anca e actualmente é utilizada no tratamento de lesões de articulações mais pequenas, como é o caso do punho e mão ou da mandíbula (“articulação da mastigação”).
A artroscopia da mão e punho, veio não só possibilitar a melhor compreensão das “doenças” existentes do punho e mão, como também permitiu descobrir e desenvolver novos métodos de tratamento em novas patologias, com mínima agressividade. Um exemplo na mudança do método de tratamento existente, são algumas lesões ligamentares do punho: antes da técnica artroscópica, era necessário “abrir o punho” para fazer a sua reparação, obrigando a maior lesão da pele, dos ligamentos e outras estruturas sãs. Esta maior agressividade, origina mais dor, rigidez e maior perda da mobilidade, em relação à actual técnica artroscópica.
Outras vantagens são, a menor necessidade de realizar reabilitação/fisioterapia após a cirurgia e o curto período de recuperação. São exemplos de problemas da mão e punho, onde a artroscopia tem grande valor na sua utilização:
– Fracturas do punho que atingem a articulação
– Pulso “aberto”
– Artrose do polegar ou Rizartrose
– Ruturas ligamentares do punho-mão
– Fractura do Escafóide
– Artrose do punho
– Quistos do punho e mão
– Mão e punho reumatóide.
A utilização de material tecnologicamente mais evoluído na artroscopia da mão e punho (óptica, câmara de vídeo e instrumental diferenciado), implica inerentemente um maior encargo financeiro. Contudo, as vantagens associadas ao período após a cirurgia, como: possibilidade de regresso imediato a casa (internamento inferior a 1 dia – ambulatório), menor necessidade de analgesia (menos medicação e menos efeitos secundários), menor tempo de reabilitação e o rápido regresso à actividade (menor tempo de “baixa médica”), têm no global uma vantagem económica significativa, para além dos óbvios benefícios no resultado final do tratamento.
