Punho Partido

As fracturas do punho ocorrem após uma queda amparada com a mão e punho. O osso do punho que geralmente “parte” é o Rádio. São das fracturas mais frequentes, ocorrendo mais na mulher após os 55-60 anos, devido à maior fragilidade óssea – osteoporose. Nos pacientes mais jovens, as fracturas do punho surgem com traumatismos de maior intensidade: traumatismos desportivos, acidentes de viação, acidentes laborais ou quedas de maior gravidade.

As fracturas do punho evidenciam-se habitualmente com uma deformação do punho (“osso desviado”), dor intensa e inchaço, obrigando o paciente a recorrer à urgência. Inicialmente, é necessário realizar uma radiografia para descrever o tipo de fractura e decidir o tratamento. Após a administração de uma anestesia local, tenta-se colocar o osso “partido” na posição correcta, seguindo-se uma imobilização com “gesso” no punho. Os casos onde não se consegue corrigir a normal posição óssea, terão como consequências: a perda de mobilidade o punho, a dor crónica com o movimento e a incapacidade de força na mão. É por este motivo que nas fracturas complexas se opta pelo tratamento cirúrgico, pois só assim se consegue reconstruir/recolocar os fragmentos ósseos.

Em alguns casos, os traumatismos do punho podem não provocar uma fractura óssea, mas originar uma lesão / rotura de ligamentos muito importantes no punho. Estas situações, caso a dor se mantenha para além das 3-4 semanas, obrigam a uma avaliação por um especialista, de modo a realizar um tratamento especifico. As lesões ligamentares não identificadas, à semelhança das fracturas do punho, são responsáveis por uma incapacidade futura.

As fracturas do punho são maioritariamente tratadas com uma imobilização gessada e obrigam a uma paragem de 2 meses na actividade, incluindo a reabilitação. Os casos com necessidade de tratamento cirúrgico, geralmente reiniciam os movimentos de imediato, permitindo voltar à actividade sem restrições (apenas evitando esforços 3 semanas) e normalmente sem necessidade de reabilitação/fisioterapia.

Uma recente inovação implementada no tratamento nas fracturas do punho mais complicadas (mais fragmentos ósseos), é a Artroscopia do Punho. Esta técnica permite “filmar” o interior do punho (através de 2 mini-orifícios na pele) e assim ter a certeza que o “puzzle” dos fragmentos ósseos ficou perfeito ou então corrigir o encaixe das “peças do puzzle ósseo”. Só uma perfeita reconstrução evitará sequelas significativas destas fracturas: artrose e dor crónica.

As fracturas do punho nos doentes mais idosos (mais de 75-80 anos) e com maior fragilidade óssea, devem ser tratadas com o mesmo rigor usado nos pacientes mais jovens. É muito importante manter a independência manual em
pacientes já atingidos por outras incapacidades de causa degenerativa (artrose dos ombros ou da mão). Assim, a idade não deve se factor de desconsideração pelo tratamento cirúrgico. As fracturas que não obtiveram um bom resultado funcional e incapacitantes, podem ainda ser tratadas com uma cirurgia de “resgate”, mas sem o resultado idêntico à perfeita reconstrução inicial.

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